Mais

18.12.11

Primavera presente


Embora sentado à escrivaninha,
digitando um poema (na verdade
nem isso), eu digo
de situações vividas no presente.

E me refiro ao tempo verbal.
Esse tempo, verbal, onde
caminho por uma rua fria
e ventada, ainda que de flores fortes.

E de verdade caminho,
assim como são fortes as flores,
suas cores que o mundo desenham
e desdenham do meu caminhar

lírico.  Como podem, logo as flores,
esnobar a travessia de quem sonha?
Como podem desacreditar logo
dos poetas que delas padecem?

Ignoro a primavera que inicia.
O que prova que sei mentir,
ninguém duvida de mim,
de que estou mentindo, sei.

Quanto às verdades, já bastam
as impossíveis, todas,
já mortas de tédio e repetição.
Me volto às flores,

essas que hoje emanam calor
e devolvem as melodias que entôo.
Mas que não voam, não voam porque são flores,
E flores são enraizadas mais fundo que o chão.

--
(Leandro Jardim)

9 comentários:

  1. Nossa. Lindíssimo! Belo jeito de voltar!

    Um beijo!

    ResponderExcluir
  2. Primavera Presente é um presente divino aos amantes poéticos.

    ResponderExcluir
  3. Tudo novo, de novo.
    Um feliz Natal e um novo ano de muitas realizações.

    ResponderExcluir
  4. Flores, poesia e música...
    Que mais vale a pena?

    Abços
    Rossana

    ResponderExcluir
  5. Flores... não posso dizer que floreou bem, ou que foram belas palavras floridas... mas, posso dizer: suas palabvras foram belas como as flores. É isso. Mandou bem!

    Parabéns pelo blog e pelo conteúdo.

    At.,
    Professor Francisco Netto

    ResponderExcluir
  6. Grande, Jardim.
    Obrigado pela presença.
    Aproveito e desejo um Feliz Natal.
    Paz e caos, meu amigo.
    Continuemos...

    ResponderExcluir
  7. A poesia vai e vem, que bom. Nem lá nem cá, sempre em movimento. O jardim tem cara nova, sem ser o mesmo mantem-se jardim, poesia.

    Abraço.

    Chova vida nesse jardim, e beleza. Os elefantes dançarão na leveza.

    ResponderExcluir