Os poemas que não gostamos de nossos poetas preferidos
Poesia
“Leandro Jardim exibe o reencontro com uma delicadeza que perpassa sentidos, a surpresa do humor refinado, inteligente e único.”
Paula Cajaty (poeta e colaboradora do Jornal Rascunho)
Texto da Orelha
“Os poemas que não gostamos de nossos poetas preferidos (e outros exercícios ensimesmados)” de Leandro Jardim são assumidamente um exercício de metapoesia. O livro vale por um ensaio sobre poesia e por uma coletânea de poemas sobre ensaios. Para leitores ou para autores? Tanto faz. Os versos vão surgindo ora como ironia, ora como estudos sobre o fazer poético, ora apenas como poemas. Olhar atento de quem está à procura do diálogo seja com o leitor, seja com seus pares.
A percepção pelo autor de um fazer poético vigente e de um “comportamento poético” é um dos temas de discussão de seus poemas. Aliada a esta primeira constatação, a segunda: a do o risco de se seguir uma regra de escritura ou de conduta em detrimento da busca da própria voz. Leandro Jardim percebeu a armadilha, não caiu nela e faz de seu livro um mapa útil para os poetas que começam sua jornada.
Cada tempo tem seu modismo, comportamento ou mentalidade que se impõem. Ao artista cabe construir seu caminho, atento à produção criativa que não deve ser abafada pela facilidade de se adotar uma forma pré-aceita nem muito menos de se aprisionar ao purismo de uma postura refratária a influências, sem experimentações ou desvios.
Leandro que estreou com “Todas as vozes cantam” de acentuado lirismo, não demonstra mudança estrutural. Se aparecem poemas com cunho mais cerebral, preocupados com grafismo e estilos de “última moda” os mesmos são denominados de “exercícios”, o que tira o peso de uma tomada de posição ou a marca de uma mudança estilística. O autor continua lírico mas aponta uma possibilidade de mudança que poderá vir nos próximos livros, deixando o tempo e o processo criativo a cargo disso.
A percepção pelo autor de um fazer poético vigente e de um “comportamento poético” é um dos temas de discussão de seus poemas. Aliada a esta primeira constatação, a segunda: a do o risco de se seguir uma regra de escritura ou de conduta em detrimento da busca da própria voz. Leandro Jardim percebeu a armadilha, não caiu nela e faz de seu livro um mapa útil para os poetas que começam sua jornada.
Cada tempo tem seu modismo, comportamento ou mentalidade que se impõem. Ao artista cabe construir seu caminho, atento à produção criativa que não deve ser abafada pela facilidade de se adotar uma forma pré-aceita nem muito menos de se aprisionar ao purismo de uma postura refratária a influências, sem experimentações ou desvios.
Leandro que estreou com “Todas as vozes cantam” de acentuado lirismo, não demonstra mudança estrutural. Se aparecem poemas com cunho mais cerebral, preocupados com grafismo e estilos de “última moda” os mesmos são denominados de “exercícios”, o que tira o peso de uma tomada de posição ou a marca de uma mudança estilística. O autor continua lírico mas aponta uma possibilidade de mudança que poderá vir nos próximos livros, deixando o tempo e o processo criativo a cargo disso.
Elaine Pauvolid
Um comentário:
'os poemas que não gostamos de nossos poetas preferidos' é lindo. amo tê-lo.
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