Glissando
Há algo de triste,
além da elisão - vogal
glissando a um tom mais baixo -
por baixo de mim.
Há um espaço doído,
ainda que buraco,
ou vazio e apertado,
por bem ao centro de mim.
E um tanto nublada
minha parte de cima,
de onde partem tais rimas,
fagulha e estopim.
Onde os tortos sonhos? Onde
se forja uma explicação?
Dai-me alguma razão, se existires,
ó Cosmos, Deus, Sr. Motivo.
Pois não me abarca a paisagem
dessa beira de abismo,
nem se vasto o lirismo
que não deixa dormir.
---------------------
(da série Exercícios)
13 comentários:
"sempre haverá uma 'insônia honrosa' naqueles que, por qualquer razão obscura, se sintam responsáveis pela vida e o destino dos homens"
Interessantes essas glissadas no âmago da alma insone.
Abração!
Vc tá ficando cada vez mais intelectual!!!!!!!!!
ARRASOU!!!!!
Agora o que será que te angustia tanto? Eu, irmã, fiquei preocupada...
: )
Te amo,
BJs
Perfeito:no sentido estético e no sentido que o poema deve ter,ou seja,Alma!
Você tem alma!
rs
beijoss
Muito.. muito bom, Querido JArdim! Estas tuas flores inspiram rimas! Gostei demais desse "exercício" vou tentar praticar!!...rs..bjos
adoreeeeeeeei encontrar contigo!
vim só deixar registrado! :)
beijoooooooo
delicia.
vc tá q tá hein!
...
-Que belo lirismo... que fique acordado pois, mesmo que insone...
saudade de passar por aqui..
Estejas bem, jardineiro.
seus poemas têm o seu tom.
Gostei, Leandro, que tudo que li por aqui!
Você escreve com inversões sutis e rimas constantes, o que muito me agrada.
Tomarei a liberdade de incluir o seu espaço entre minhas "delícias alheias", sobretudo para que possa acompanhar sua produção poética.
Um abraço.
De uma noite insone brota uma linda poesia em seu jardim.
Parabéns!
Bjs
Adorei teu texto! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com
Valeu!
Postar um comentário